Desmatamento florestal aumenta 192% no
Amazonas, diz Imazon
Portal Amazônia
Dados do Imazon revelam que Amazonas, Pará e Mato Grosso lideram
rankings de desmatamento e degradação florestal. Desmatamento e degradação florestal são registrados pelo Imazon
através de satélite.
Os índices de desmatamento acumulados de agosto de 2012 a
janeiro de 2013 revelam que o Amazonas é
o Estado onde houve o maior aumento do desmatamento da Floresta Amazônica. Os
dados são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Em comparativo com o mesmo período do ano passado, o desmatamento
cresceu 192% no Amazonas, saltando de 53 quilômetros quadrados (km²), no
levantamento anterior, para 156 km² na contagem atual. Já o Pará, segundo
colocado entre os maiores desmatadores, apresenta alta de 160%, seguido por
Mato Grosso, elevação de 134%.
Apesar de ser o segundo Estado com maior crescimento no nível de áreas
desmatadas, o Pará concentra 49% do desmatamento atual da Amazônia,
considerando os dados mais recentes do Imazon. Ao todo, 638 km² de seu
território está sem cobertura vegetal.
Mato Grosso (23%), Rondônia (13%) e Amazonas (12%), juntamente com
Pará, são responsáveis por 97% do desmatamento ocorrido na Amazônia Legal, de
agosto de 2012 a janeiro de 2013.
A degradação florestal na Amazônia atingiu, em janeiro, 1.041 km². No
índice estão inclusas áreas verdes intensamente exploradas por atividade
madeireira e queimadas. Usando a degradação florestal como critério, o Mato
Grosso é o estado com maior índice. São 570 quilômetros quadrados,
representando 55% do total registrado, seguido por Pará com 386 quilômetros
quadrados, que totaliza 37%. O restante, 8%, ocorreu em Rondônia, Tocantins e
Amazonas, com 48, 25 e 11 quilômetros quadrados, respectivamente, de degradação
florestal.
Operações do Ibama confirmam avanço do
arco do desmatamento no Amazonas
Canutama, Manicoré, Boca do Acre, Apuí e Humaitá concentram as maiores
áreas desmatadas pela expansão da atividade de pecuária. 14,6% da Amazônia foi
desmatada até 2010, segundo IBGE. Foto
Tendo permanecido praticamente intacta até os anos 1970, a Floresta
Amazônica passou a ser desmatada a partir da inauguração da Transamazônica.
Posteriormente, a criação de gado, plantação de soja e exploração de madeira
contribuíram para o atual quadro de exploração desenfreada. Indicadores de
Desenvolvimento Sustentável (IDS) do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) apontam que, até 2010, 14,6% da Floresta Amazônica já havia
sido desmatada.
O Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal
(PRODES), realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
mostra que somente em 2012, 4.665 km² foram desmatados em corte raso, que é a
remoção completa da cobertura florestal. O índice foi o menor em 20 anos, tendo
atingido recorde em 1995, com 29.059 km²
de vegetação destruída.
Segundo o Chefe de Operações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Henrique Tremante, no Amazonas é a
área mais atingida é o sul do Estado. Tremante afirma que Canutama, Manicoré,
Boca do Acre, Apuí e Humaitá concentram maiores áreas desmatadas pela expansão
do chamado ‘arco do desmatamento’. “Por serem fronteira norte com o
desmatamento que avança do Mato Grosso e Rondônia, esses municípios estão mais
suscetíveis”, afirmou. Além do interior, o desmatamento também acomete a região
metropolitana da capital amazonense.
De acordo com o Superintendente substituto do Ibama, Geandro Guerreiro
Pantoja, embora o Amazonas continue sendo o estado com maior cobertura
florestal da Amazônia Legal, a região sul vem se consolidando como nova área de
expansão da fronteira agropecuária. O perfil de quem desmata, segundo o titular
do instituto, é formado por grileiros que invadem os assentamentos e produtores
rurais que esbarraram na legalização fundiária de suas terras. Buscando áreas
para pastagem e exploração de madeira ilegal, castanheiras e seringueiras são
as mais procuradas, segundo Tremante.
O monitoramento das áreas é feito através do sistema Deter (Detecção
de Desmatamento em Tempo Real), e é por meio das imagens de satélite que a ação é inibida.
Além do monitoramento remoto, Pantoja ressalta que a denúncia dos cidadãos e
também do Ministério Público são de fundamental importância para que o
desmatamento da Floresta Amazônica não avance.
Entre as árvores mais visadas, estão Castanheiras e Seringueiras.
Foto: Divulgação/Agência Senado.
Nas apreensões de madeira ilegal, é aplicada multa e apreensão dos
produtos, como veículos utilizados no desmatamento, motosserras, e a própria
madeira já extraída. Segundo o titular do Ibama, a apreensão é uma estratégia
de dissuasão do infrator. “O Ibama não tem fins de arrecadação. Apreender é uma
ação pedagógica para evitar que a ação seja contínua”, diz Pantoja. Já a carga
apreendida é destinada para órgãos públicos ou instituições de caridade.
“Algumas cargas apreendidas são utilizadas para construção de casas populares e
até móveis”, completa.
Mato Grosso, Pará, Rondônia e Amazonas
lideram desmatamento
Os municípios que apresentaram maiores índices de desmatamento foram
Santa Carmem (Mato Gross o) e Cumaru do Norte (Pará).
Em dezembro de 2012, o Boletim do Desmatamento do Instituto do Homem e
Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) detectou cerca de 82 quilômetros quadrados
de desmatamento na Amazônia Legal. O valor representou um aumento de 107% em
relação a dezembro de 2011 quando o desmatamento somou 40 quilômetros
quadrados.
Cerca de 57% do desmatamento ocorreu no Mato Grosso, seguido pelo Pará
(27%), Rondônia (10%) e Amazonas (6%). Os municípios que apresentaram maiores
índices de desmatamento foram Santa Carmem (Mato Grosso) e Cumaru do Norte
(Pará).
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2012 a dezembro de
2012 totalizou 1.288 quilômetros quadrados. Houve aumento de 127% em relação ao
período anterior (agosto de 2011 a dezembro de 2011) quando o desmatamento
somou 568 quilômetros quadrados.
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 261 quilômetros
quadrados em dezembro de 2012. Em relação a dezembro de 2011, quando a
degradação florestal somou 94 quilômetros quadrados, houve um aumento de 178%.
A degradação florestal acumulada no período (agosto 2012 a dezembro
2012) atingiu 972 quilômetros quadrados. Em relação ao período anterior (agosto
de 2011 a dezembro de 2011), quando a degradação somou 3325 quilômetros
quadrados, houve redução de 71%.
Rio Amazonas - Comunidade na Ilha de Marajó. Foto: Judson Amazonas |
Organização vai monitorar desmatamento
da Amazônia
A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) pretende
instalar salas de observação nos oito países da América do Sul que tem parte da
floresta amazônica. A medida é para monitorar o desmatamento na região. O
governo brasileiro pode ser um dos principais colaboradores da medida, mas cada
nação vai adaptar o monitoramento às suas necessidades e a realidade da
Amazônia presente em cada território. Proposta é atrair recursos domésticos e
garantir a soberania do território verde que ainda depende de governos de outros
países.
Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e
Venezuela, países que fazem parte da OTCA, devem apresentar, ainda este ano,
uma relação de empresas e instituições locais que podem contribuir com projetos
na região.
A proposta é tentar atrair recursos domésticos e garantir a soberania
do território verde que ainda depende do dinheiro de governos de outros países
e de organizações internacionais.
Atualmente, a maior parte dos recursos utilizados pela OTCA para
desenvolver ações de preservação ambiental, monitoramento de desmatamento e
melhoria de serviços públicos básicos, como saúde e educação para os povos
amazônicos, são custeados pelos governos da Alemanha e da Holanda.
Os dois países europeus apoiam a OTCA desde 2007, quando
disponibilizaram US$ 9 milhões para serem utilizados em cinco anos. Em 2012, a
contribuição financeira foi renovada por mais cinco anos no mesmo valor. Além
dos recursos, a organização ainda depende de parcerias com o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com o banco alemão KfW, entre outras
instituições estrangeiras.
“Criamos um grupo de trabalho para identificar estas empresas que
atuam na Amazônia. Outra fonte possível é a Comunidade Andina de Fomento, mas
ainda não estabelecemos um diálogo. Podemos ter estas respostas na próxima
reunião”, disse o embaixador surinamês Robby Ramlakhan, secretário-geral da
organização.
Ainda sem um calendário oficial, Ramlakhan diz que a expectativa é que
um encontro da organização ocorra até abril no Equador. Hoje (19), em visita de
cortesia à sede da OTCA em Brasília, o ministro das Relações Exteriores de
Suriname, Winston Lackin, ratificou o apoio do país aos projetos da
organização.
País mais
verde
O Suriname é considerado o país mais verde da região, com mais de 90%
do território coberto pela floresta. Apesar do cenário, apenas nos últimos anos
o governo apresentou compromissos significativos com a população amazônica.
“Todos os chanceleres da OTCA tomaram a decisão de estabelecer uma agenda
social e temos [OTCA] o papel de implementar esta agenda. No caso do Suriname,
o governo está melhorando o acesso a tecnologias como internet e serviços como
educação e saúde. Estamos indo bem no Suriname, mas o quadro regional ainda é
um pouco diferente”, disse o embaixador.
Ramlakhan explicou que a região amazônica é dividida por oito
economias muito diferentes e com objetivos distintos, mas, segundo ele, existe
um compromisso comum de investir na região com maior soberania. “A cooperação
regional é muito importante. Todos os países concordam que o povo amazônico não
pode estar excluído das políticas de saúde, de educação e de energia”, disse.
Boca do Acre: líder em criação de gado e
desmatamento no Amazonas
Com mais de 350 mil cabeças de gado, o município fornece carne e leite
para estados vizinhos, como Acre e Rondônia. A cidade ocupa lista do Ministério
do Meio Ambiente das 48 cidades que mais desmataram em 2010.
O município de Boca do Acre (a 1.028 quilômetros de Manaus) é dono do
maior rebanho bovino do Amazonas. Entre as consequências dessa liderança, que
impulsiona o setor da economia agropecuária na região, estão os altos índices
de desmatamento. A cidade ocupa lista do Ministério do Meio Ambiente que
compreende as 48 cidades que mais desmataram a floresta amazônica em 2010 e no
primeiro semestre de 2011.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o município
desmatou 49 quilômetros quadrados de setembro a agosto do último ano. O número
pode estar relacionado à atividade pecuarista. Relatório do órgão mostra que
mais de 60% da área desmatada da Amazônia viraram pastos, com 720 mil
quilômetros quadrados.
Em Boca do Acre, a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror)
contabiliza mais de 350 mil cabeças de gado. Os animais fornecem carne e leite
não só para o Amazonas, mas também para estados vizinhos, como Acre e Rondônia.
Aproximadamente 1,3 mil pecuaristas vivem da atividade na cidade. O município é um dos responsáveis pelo
crescimento de 49,9% no abate de gado no Amazonas, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), saltando de 37,7 mil cabeças para
56,4 mil.
Mesmo com o crescimento, o Amazonas apresentou menor desmatamento em
2011 comparado ao ano anterior. De acordo com a titular da Secretaria Estadual
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Nádia Ferreria, 53,3%.
Segundo ela, a assinatura do termo de Cooperação Institucional entre a SDS e a
federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas, no dia 21 de
setembro de 2011. O documento evita a abertura de novas áreas para a pecuária e
recuperar o pasto com o saldo exposto.
Parque
agropecuário
O município de Boca do Acre vai ganhar o primeiro parque de exposições
agropecuárias. Construído pelo Governo do Estado e Superintendência da Zona
Franca de Manaus (Suframa), o parque tem mais de 34,4 mil metros quadrados e
custou R$ 2,4 milhões. No espaço, serão realizados leilões de pequenos e
grandes animais e exposições. A área conta com praça de alimentação,
alojamentos, banheiros, pavilhões, bosque, espaço para administração, arena de shows,
além de espaço para a realização de vaquejada e estacionamento.
De acordo com o titular da Sepror, Eron Bezerra, o empreendimento deve
atrair novos investimentos para a região, além de inúmeras oportunidades para o
melhoramento do rebanho local, por meio da abertura de novos mercados,
introdução de tecnologias, troca de informações e experiências.
O município possui o reconhecimento nacional e internacional da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa) com o status de área livre de febre aftosa com
vacinação.
Boca do Acre concentra 700 espécies de
aves da Amazônia
Pesquisadores registraram a presença de 380 espécies de pássaros no
município de Boca do Acre (a 1.028 quilômetros de Manaus). O levantamento é
resultado do primeiro inventário realizado na localidade. Com apoio do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o registro
dos dados aconteceu entre os dias 28 de
novembro e 10 de dezembro de 2011. Situação faz do município potencial para o
ecoturismo, atividade que alternativa de renda para moradores.
Segundo o estudioso do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa), Mario Cohn-Haft, a explicação para esta extraordinária biodiversidade
está na diversidade de ambientes que ocorrem na área. “Estimamos que ocorram na
região, aproximadamente 700 espécies, ou seja, mais da metade de todas as aves
amazônicas. A região representa o ponto de encontro entre a avifauna da
Amazônia central com a típica da Amazônia peruana ou acreana. O resultado dessa
mistura é uma diversidade estupenda”, destacou Cohn-Haft.
Liderado pela pesquisadora Camila Ribas, o inventário se focou em
pesquisar a avifauna residente em manchas de campinas naturais (vegetação baixa
que lembra o Cerrado) cercadas por Floresta Amazônica. A maior dificuldade de
estudar esse tipo de ambiente é o acesso às áreas. Mas, para os pesquisadores,
o diferencial do trabalho na região de Boca do Acre foi a facilidade para
chegar ao local, feito por terra e com estrutura logística viabilizada.
Durante os trabalhos a equipe realizou um inventário no interior da
Floresta Nacional do Purus, no rio Inauini. Ao longo deste rio ocorrem manchas
de florestas com bambus nativos (tabocais). Para pesquisar os tabocais, os
pesquisadores contaram com o apoio logístico do projeto de pesquisa da
Diversidade e Caça de Mamíferos e Quelônios na Floresta Nacional do Purus, que
vem sendo conduzido pelo chefe da unidade, Ricardo Sampaio.
Para Sampaio, o primeiro inventário ornitológico na região vai
contribuir para a gestão da unidade de conservação e para formulação do plano
de manejo da Floresta Nacional do Iquiri. “De forma integrada podemos aumentar
o número de pesquisas realizadas em nossas UC. A região de Boca do Acre é
importantíssima biogeograficamente. A ideia é fomentar o ecoturismo na região,
gerando renda de forma sustentável aos moradores tradicionais, além de melhorar
a estrutura logística de ambas as florestas e do escritório regional do ICMBio”,
afirmou Sampaio.
Potencial
Boca do Acre é cercado por diversos tipos de floresta, incluindo matas
de terra firme, com e sem taboca, mata de várzea, campinarana e as campinas.
Cada ambiente apresenta espécies particulares de aves. No meio de todos esses pássaros
estão algumas espécies raras ou muito procuradas por observadores de aves como,
por exemplo, o maracanã-de-cabeça-azul (Primolius couloni), a choca-do-bambu
(Cymbilaimus santaemariae), a choca-preta (Neoctantes niger), o
formigueiro-do-bambu (Percnostola lophotes), a garrincha-cinza (Cantorchilus
griseus), a pipira-azul (Cyanicterus cyanicterus), e uma espécie nova de gralha
(Cyanocorax sp.), ainda não descrita formalmente pela ciência.
A concentração das aves faz do município um potencial para o ecoturismo,
atividade que movimenta milhões de dólares no mundo todo e representa uma
alternativa de renda para moradores locais. “Em poucos dias detectamos todas as
cinco espécies de urutaus, aves noturnas da família da “mãe-da-lua”, que são
pouco conhecidas. A última e talvez mais rara dessas, o urutau-ferrugem
(Nyctibius bracteatus) só foi encontrado porque o morador que estava nos
ajudando reconheceu uma foto do animal e nos levou para a localidade onde disse
ter visto um há poucas semanas, próximo aos tabocais, na Floresta Nacional do
Purus”, comentou Cohn-Haft.
O fato destaca a importância dos moradores tradicionais, residentes
das unidades de conservação como colaboradores na pesquisa científica. “O apoio do ICMBio em Boca do Acre, e, em
especial, dos moradores locais e da brigada de incêndio foram fundamentais no
sucesso da expedição a áreas que normalmente são de difícil acesso. Poder
chegar de carro a um exemplar tão grande e bem preservado de campina amazônica
é um privilégio que não deve ser reservado somente para pesquisadores. O
público merece ver isso”, concluiu o pesquisador.
As duas áreas estudadas são Florestas Nacionais, categoria de unidade
de conservação, criadas com o objetivo de uso múltiplo sustentável dos recursos
florestais e pesquisa científica, voltada para a descoberta de métodos de
exploração sustentável.
Invasões destruíram 13 milhões de m² de
floresta em Manaus
A capital amazonense é, atualmente, a sétima cidade mais populosa do
Brasil, com mais de 1,8 milhões de habitantes, espalhados por 48,4 mil hectares
de território. Deste total, mais de 2% é
dominada por ocupações irregulares. Desde 2009, três grandes invasões
resultaram na degradação de aproximadamente 1,3 mil hectares da capital – o
equivalente a 13 milhões de metros quadrados. Desde 2009, três grandes invasões
resultaram na tomada de aproximadamente 1,3 mil hectares da capital.
As áreas da comunidade José de Alencar, Novo Aleixo e Eletroferro
ganham destaque entre as 119 invasões descobertas pela Secretaria Municipal de
Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) nos últimos três anos. Em conjunto,
as três áreas ocupadas seriam capazes de formar cinco bairros com as mesmas
dimensões do bairro Adrianópolis (248,45 hectares).
A zona Oeste da capital ainda é a mais visada pelos invasores, por
contar com a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tarumã. A região possui mais
de 22 mil hectares de extensão, dos quais 21 foram alvo da invasão de 1.472
famílias que ocupam a invasão em março de 2010.
A área deu origem à Comunidade José Alencar, alvo de constantes
conflitos de reintegração de posse entre a Semmas e os moradores. A pasta
realizou a reintegração de posse em
junho do ano passado, e monitora a área atualmente. A APA do Tarumã também foi
vítima de uma segunda invasão, no Loteamento Paraíso Tropical. A Justiça Federal
analisa a desocupação do local.
APA
O exemplo da área do Tarumã aponta para problemas socioambientais
desenvolvidos por apropriações ilegais de terras. A chefe da Divisão de Áreas
Protegidas da Semmas, Socorro Monteiro,
afirmou que as APAs fazem parte da categoria de conservação ambiental por
meio da utilização dos recursos naturais de forma sustentável. “Além de ser um
processo sem planejamento, a invasão acaba por danificar a fauna e a flora,
colocando em perigo, por exemplo, as pessoas próximas aos igarapés”, alegou
De acordo com a especialista, as invasões desencadeiam a diminuição da
saúde ambiental da área. “Mesmo que as populações invasoras sejam retiradas do
local, a natureza entra em um longo processo de recuperação”, disse. A Semmas
estimou que mais de 373 mil árvores foram destruídas ilegalmente, sem nenhuma
compensação ambiental, apenas nas três maiores invasões do ano passado.
Os danos causados pelas invasões não se limitam às áreas florestais.
Somente em 2011, a Semmas resgatou 927 espécies na área urbana de Manaus.
Socorro disse que o número pode ser explicado pelo desequilíbrio ambiental.
“Animais que moravam na área ambiental são afetados pela atividade predatória
dos invasores e se deslocam para a região urbana da capital”, disse.
Doenças
As invasões afetam também os próprios autores das apropriações de
terras. De acordo com a Semmas, os invasores são vítimas de doenças diarréicas,
além de surtos de dengue e malária. Segundo a pasta, as invasões na área do
Tarumã situavam-se em áreas endêmicas para a proliferação dos mosquitos
transmissores das doenças.
Polícia apreende caminhão carregado com
madeira ilegal
Carregamento de Roraima foi interceptado ao chegar a Manaus. A madeira
será doada para uma instituição filantrópica. Madeira apreendida vinha de
Roraima.
Aproximadamente 31 metros cúbicos de carregamento ilegal de madeira
foram apreendidos na manhã desta quarta-feira (9), em Manaus. A informação é da
Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente e Urbanismo (Dema).
O carregamento, transportado por Paulo Diniz de Lima, vinha do
município de Caracaraí, em Rondônia, e pertencia a Rogério Bruno Garrido do
Nascimento. O motorista foi detido por policias do Batalhão de Policiamento
Ambiental do Amazonas, na Avenida Desembargador João Machado, Alvorada 1, na
zona Centro-Oeste.
Durante patrulhamento, a Polícia Ambiental avistou o caminhão suspeito
na entrada de um depósito sem identificação. Após interceptar o veículo, os PMs
identificaram que a carga encontrada não coincidia com a quantidade que
constava no Documento de Origem Florestal (DOF).
A confirmação da irregularidade veio após vistoria realizada por
fiscais do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). De acordo com o
Instituto, a quantidade exata de madeira presente no veículo era 35 metros
cúbicos.
Paulo foi conduzido à DEMA, onde assinou um Termo Circunstanciado de
Ocorrência (TCO) por Crime Ambiental (Art. 46/ Lei, 4771/65). Os acusados
deverão pagar fiança no valor de R$ 9.339,90, arbitrada pelo Ipaam.
Ibama apreende madeira retirada
ilegalmente de floresta no oeste do Pará
No local de extração ilegal, os agentes do Ibama ainda encontraram
áreas de estocagem espalhadas na mata ao longo do rio. Segundo informações dos
fiscais do Ibama, muitas madeireiras que estão sediadas em Santarém financiam o
crime ambiental.
Fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Ibama) apreenderam 915 toras de madeiras nobres, como maçaranduba, ipê e
jatobá, durante ação montada para desarticular um esquema de exploração ilegal
de madeira no oeste do Pará. A poucos quilômetros de Santarém, os agentes
ambientais, que chegaram de helicóptero em uma área isolada da floresta,
flagraram os madeireiros em atividade durante o dia e conseguiram prender um
caminhão e dois tratores.
No local, que fica às margens do Rio Curuatinga, os fiscais ainda
encontraram uma uma balsa com 70 toras de madeira que seriam levadas para
abastecer empresas na capital do estado.
De acordo com os agentes ambientais, essa região do Rio Curuatinga é
alvo constante de ações ilegais de extratores de madeira que vêm de Santarém e
de municípios como Prainha, Uruará e Medicilândia. Como é uma região extensa e
de difícil acesso, os criminosos conseguem escoar facilmente a madeira pelo Rio
Amazonas até Belém, de onde é exportada para a Europa e os Estados Unidos.
Segundo informações dos fiscais do Ibama, muitas madeireiras que estão
sediadas em Santarém financiam o crime ambiental. O chefe de Fiscalização do
Ibama na capital paraense, Tiago Jara, explicou que depois que a madeira é
retirada da floresta, os infratores “esquentam” o produto com documentos
fraudados, antes mesmo dela ser entregue nos pátios dessas empresas.
No local de extração ilegal, os agentes do Ibama ainda encontraram
áreas de estocagem espalhadas na mata ao longo do rio. Representantes do órgão
na cidade, garantiram que as margens serão monitoradas de helicóptero até a
retirada das toras apreendidas, que serão usadas em obras sociais.
Desmatamento na Amazônia quase triplicou
em 2012
Os satélites do Inpe detectaram a perda de 389 km² da cobertura
florestal em 2012.
A Amazônia perdeu, apenas nos três primeiros meses deste ano, 389 km²
de floresta. O número representa quase o triplo do registro do mesmo período do
ano passado, quando uma área de 135 km² de mata foi derrubada. Os dados fazem
parte do monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O estudo mostra que houve um pico de desmatamento em fevereiro deste
ano (307 km²) em comparação com os
números colhidos em dezembro de 2011 (75 km²) e janeiro (22 km²). Em entrevista
coletiva, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que a redução
da quantidade de nuvens sobre o bioma facilitou a fiscalização feita por
sensoriamento remoto.
Chamou a atenção da pesquisa para a elevação de atividades ilegais (no
período, desmate subiu de 12 km² para 56 km²) em Roraima. O aumento pode estar
associado a uma migração de desmatadores do Pará para o estado. Em todo a
Amazônia, 68% das áreas encontradas devastadas (por desmate e queimadas)
resultam de atividades ilegais ocorridas em 2011.
Se considerados os números compreendido entre março de 2010 e agosto
do ano passado, no entanto, os números são mais preocupantes. O desmatamento em
Roraima e Mato Grosso disparou no período, em comparação com 2010, com aumentos
de 363% e 96%, respectivamente.
Apesar de Roraima liderar o ranking proporcionalmente, a área atingida
em Mato Grosso é dez vezes maior, chegando a 637 quilômetros quadrados (km²).
Também foi em Mato Grosso que houve o maior embargo de área para produção entre
janeiro e março de 2012 (4,3 mil km²) e a maior quantidade de multas aplicadas
na Amazônia Legal, R$ 31,5 milhões, duas vezes mais que o Pará, segundo
colocado.
O desempenho negativo desses estados não afetou significativamente o
quadro geral do desmatamento da Amazônia Legal, que passou de 1.371 km² no ano
passado para 1.398 km² neste ano. Isso
pode ser atribuído ao bom desempenho de estados como o Pará e o Amazonas na
redução de áreas atingidas.
A ministra Izabella Teixeira acredita que os números de Roraima foram
inflados com a migração de madeireiros do Pará. Ela também acredita que o
desmatamento crescente em Mato Grosso tenha sido influenciado pelas discussões
sobre a votação do Código Florestal. “Ainda não temos explicações, mas sabemos
que tem gente lá dizendo que pode desmatar porque o sujeito vai ser anistiado.”
Segundo a ministra, outro motivo que pode ter colaborado para o
incentivo ao desmatamento é a edição de lei federal que deu aos estados
competência para fiscalizar áreas em que pode ser liberada a retirada de
vegetação, o que permitiria a contestação de multas aplicadas pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Não existe
nada na lei que impeça a atuação de órgãos federais”, rebateu a ministra.
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