terça-feira, 30 de abril de 2013

Rondônia tem 70% de pastos degradados, aponta Embrapa


O Estado de Rondônia tem rebanho de 12 milhões de cabeças de gado, divididos em 6 milhões de hectares de pastagens. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 70% desse território estão em estado de degradação. Conforme o pesquisador da Embrapa, Vicente Godinho, a implantação de pastagens é realizada há mais de 40 anos no Estado e nada foi feito para recuperar essa área.

gado - Valter Campanato - ABr
Estado tem pastos com mais de 40 anos de uso e sem recuperação. Foto: Valter Campanato

Para tentar reverter esse cenário, a Embrapa, em parceria com o Instituto Federal de Rondônia (Ifro) discutiu com mais de 220 produtores, técnicos e estudantes como obter pastagem com qualidade. O debate ocorreu na cidade de Ariquemes, no interior de Rondônia. A intenção é unir lavoura e pecuária.

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Isac Nunes, produtor rural.

O produtor Isac Nunes possui uma pequena propriedade em Cujubim, interior do Estado, onde trabalha com a pecuária de leite. Preocupado com as condições de sua pastagem e buscando formas para aumentar a produtividade de seu rebanho, ele acredita ter encontrado uma alternativa. “A integração da lavoura com a pecuária está me parecendo uma boa saída. Estou vendo bons resultados e quero levar essa tecnologia para minha propriedade e, não só pra mim, mas para os meus vizinhos também”, comentou Isac, que vai apostar no milho para a integração com a pastagem.

Já para o produtor Alvorindo da Silva, de Ariquemes, o que mais chamou atenção dele é o consórcio de sorgo com mombaça. “Eu trabalho com gado de leite e já utilizo algumas tecnologias como a inseminação e também a suplementação com cana e ureia. Agora preciso recuperar minha pastagem para aguentar o período da seca e aumentar minha produtividade sem abrir novas áreas.”, afirmou Alvorindo.

Lavoura-pecuária

Com a integração lavoura-pecuária, é possível fazer o uso intensivo e mais sustentável do solo por um período maior ao longo do ano. O mais comum é usar a terra durante cinco meses do ano com lavoura consorciada com capim. Durante os sete meses restantes, usa-se o capim em pastejo. Um dos principais benefícios deste sistema são os nutrientes residuais deixados pelas lavouras para as pastagens, que passam a produzir forragem em maior quantidade e de melhor qualidade. “Com a implantação da lavoura com a pecuária o produtor aumenta a produtividade das suas terras, produz mais grãos, silagem, carne, leite e aumenta sua renda, isso sem abrir novas áreas, otimizando o uso da terra com a utilização de mais tecnologia”, ressaltou a zootecnista da Embrapa, Elisa Osmari.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Brasil decreta estado de emergência ambiental na Amazônia Legal

Medida é para conter os focos de queimadas e incêndios florestais que ocorrem na estação seca e representam alto risco ambiental.

  Medida é para conter os focos de queimadas e incêndios florestais que ocorrem na estação seca e representam alto risco ambiental. Foto: Arquivo/ Portal Amazônia
Medida é para conter os focos de queimadas e incêndios florestais que ocorrem na estação seca e representam alto risco ambiental. Foto: Arquivo/ Portal Amazônia

BRASÍLIA – Os nove estados da Amazônia Legal brasileira estão em estado de emergência ambiental a partir desta quarta-feira (17) até abril de 2014, segundo determinação da ministra do meio ambiente Izabella Teixeira, conforme Portaria nº. 113 publicada no Diário Oficial da União, desta quarta-feira. A documento inclui, ainda, outros dez estados brasileiros e o Distrito Federal.

A medida é para conter os focos de queimadas e incêndios florestais que ocorrem na estação seca e representam alto risco ambiental. Segundo a portaria, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deve contratar até 2.520 brigadistas para atendimento de emergências ambientais por até seis meses.

A decisão também é para reduzir as emissões de gás carbônico, causadas pelas queimadas e incêndios florestais, levando em conta as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Mudanças do Clima, as recomendações do Plano Nacional Anual de Proteção Ambiental e os compromissos internacionais do Brasil.

O Ministério do Meio Ambiente dividiu o decreto de estado de emergência por meses do ano e região. Confira a agenda de estados de emergência ambiental:

- Entre abril e novembro de 2013 : Acre, Sul do Amazonas, Distrito Federal, Goiás, regiões Centro e Sul do Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia, Tocantins, Piauí e Bahia.
- Entre maio e dezembro de 2013: regiões Centro e Sudoeste do Amazonas, Leste do Maranhão, regiões Sudeste e Sudoeste do Pará, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.
- Entre junho de 2013 e janeiro 2014: Amapá, Bahia, Ceará, regiões Norte e Oeste do Maranhão, regiões do Baixo Amazonas, Ilha de Marajó; Nordeste do Pará, Região Metropolitana de Belém e Piauí.
- Entre julho de 2013 e fevereiro de 2014: região Norte do Amazonas, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Sergipe.
- Entre agosto de 2013 e março de 2014: Bahia.
- Entre setembro de 2013 e abril de 2014: Roraima.
- Entre outubro de 2013 e maio de 2014: Região Metropolitana de Salvador.

Impacto ambiental com criação búfalos pode ser irreversível no Amapá

Os animais pisoteiam o solo e criam canais que mudam curso de rios e igarapés na região. Amapá é segundo maior criador de búfalo no País.

O Amapá é o segundo maior criador de búfalo do Brasil. Foto: Divulgação/Embrapa
Amapá é segundo maior criador de búfalo do Brasil. Foto: Divulgação/ Embrapa

MACAPÁ – Um estudo da Promotoria de Meio Ambiente do Amapá, na região Araguari, parte oriental do Estado, mostra que o impacto ambiental causado pela criação de búfalos na região pode ser irreversível. O levantamento mostra que as manadas pisoteiam o solo e criam canais que mudam o curso de rios e igarapés, onde a água salgada do oceano atlântico invade a água doce, causando salinalização. Uma das alternativas para reverter o impacto está no manejo de animais, que controlaria a quantidade de búfalos na área.

Em audiência pública realizada nesta segunda-feira (15) órgãos ambientais e criadores discutiram ações para minimizar os impactos. Um termo de ajustamento de conduta será elaborado para firmar o compromisso entre as partes. Segundo o engenheiro agrônomo, Cristovão Lins, a alternativa está no manejo para controlar a quantidade de animais, já que os búfalos vivem em áreas alagadas, soltos e sempre procurando novos pastos em busca de alimento.

A região do Araguari é onde há maior concentração de rebanho de búfalos do  Amapá – o segundo maior criador de búfalo do Brasil com 280 mil animais. O Estado perde apenas para a Ilha de Marajó, no Pará, com 1 milhão de cabeças de búfalos, que representam 40% do rebanho brasileiro de búfalos.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) do Amapá realizou um estudo 2008 a 2011 sobre os impactos da criação de búfalo nas áreas alagadas do Estado. A pesquisa identificou danos causados nos leitos dos rios pela trânsito de animais. Ainda assim, a Embrapa defende um levantamento mais profundo envolvendo desta vez os órgãos ambientais e entidades que representam os criadores. “Precisamos de uma equipe multidisciplinar para fazer um estudo mais amplo nas áreas considerando a morfologia e fluxo de água, por exemplo”, explicou Ana Elisa Montagner, pesquisadora de sistemas pastoris da Embrapa no Amapá.

A Secretaria de Desenvolvimento Rural do Amapá informou que será instituído um grupo de trabalho técnico para buscar os meios necessários para manter a bubalinocultura , respeitando a legislação ambiental vigente.

Impacto ambiental de acidente em píer no Amapá atinge área de 16 km²

Operadora do píer, empresa Anglo American, recebeu multa de R$ 21 milhões. Ao todo, 500 mil toneladas de minério de ferro estavam no porto durante o acidente.

Mais de 16 Km² de área sofreram dano ambiental com o desmoronamento de terra.Foto: Divulgação/ DNPM
Mais de 16 Km² de área sofreram dano ambiental com o desmoronamento de terra. Foto: Divulgação/ DNPM.


MACAPÁ - O acidente ocorrido no píer da empresa Anglo American, na última quinta-feira (28), em Santana, casou danos ambientais em uma área de 16 quilômetros quadrados. Ao todo, 500 mil toneladas de minério de ferro, 200 metros quadrados da estrutura do porto, além de guindastes e outras máquinas caíram no rio Amazonas.

A informação é do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Estado do Amapá (Imap), responsável pelo levantamento das causas do acidente que vitimou seis trabalhadores.

O diretor do órgão, Maurício Souza, apontou que os danos ambientais são considerados “gravíssimos”. “Pode ocorrer assoreamento do rio, caso não seja possível retirar todo o material que foi para o fundo”. Ele explicou, ainda, que o assoreamento ocorre quando há acúmulo de lixo, entulho e outros detritos no fundo do rio e, com isso, o rio passa a suportar cada vez menos água, provocando enchentes em épocas de grande quantidade de chuvas.

A empresa Anglo American recebeu, nesta terça-feira(2), da equipe técnica do Imap, o auto de infração que solicita à empresa um laudo conclusivo que deve ser entregue no prazo de até 30 dias. Devido à gravidade dos danos ambientais, a empresa recebeu duas multas que totalizam R$ 21 milhões. A primeira multa é referente ao descumprimento do licenciamento, orçada em R$ 1 milhão, e a segunda está relacionada ao impacto ambiental.

A partir do laudo conclusivo da empresa, a equipe técnica do Imap vai analisar qual a melhor solução e orientar nas ações de responsabilidade da Anglo American.

O órgão ambiental solicitou à empresa imagens de satélites para comparar a área durante os 50 anos em que a Anglo American atua no lugar, para verificar se houve algum tipo de intervenção sem a autorização técnica durante o período. Também é de responsabilidade da empresa apresentar, entre outras soluções, alternativas de transporte do minério de ferro.

A primeira medida já está sendo tomada, com desassoreamento do rio na região, através de guindastes com a retirada das ferragens que foram para o fundo. Ainda não foi esclarecido como a meia tonelada de minério, perdida no acidente, será retirada.

Nas primeiras observações do porto, a equipe constatou que o solo sofreu intervenção de aterramento, o que pode ter gerado sua fragilidade e ocasionado o acidente. A empresa tem 30 dias para apresentar laudo com alternativas para reverter o dano ambiental na região.

Desmoronamento do Porto de Santana/AP

SÃO PAULO, 30 Mar (Reuters) - O embarque de minério de ferro da Anglo American pelo porto de Santana, no Amapá, está suspenso devido ao desmoronamento de parte de um terreno conectado a um píer flutuante, informou a mineradora neste sábado.
Não há previsão para a retomada das atividades no porto, suspensas desde quinta-feira, quando ocorreu o acidente que deixou três mortos e três desaparecidos.
"É com grande pesar que a Anglo American - Sistema Amapá informa que, no início da manhã deste sábado... três corpos foram recuperados do acidente no Porto de Santana-AP. A busca pelos outros três desaparecidos continuará de maneira intensiva", disse a mineradora em nota.
A Anglo American informou também, por meio de sua assessoria de imprensa, que a produção de minério de ferro no Sistema Amapá não foi paralisada em função do acidente no porto. Não havia informações imediatamente disponíveis sobre eventual alternativa para o escoamento da produção.
No ano passado, a produção no Sistema Amapá somou 7,2 milhões de toneladas.
A mina de minério de ferro do Sistema Amapá está localizada em Pedra Branca do Amapari, a cerca de 200 km de Santana.
As causas do desmoronamento estão sendo investigadas.
"Outras áreas na região de Santana também foram afetadas. Um navio estava atracado no cais para o carregamento de minério de ferro no momento da inundação e foi atingido pelas águas da enchente. Veículos e equipamentos em operação também foram dragados para dentro do rio", disse a empresa.
Entre as vítimas, três são funcionários da Anglo e três são terceirizados. Dois outros empregados ficaram feridos no acidente.
(Por Roberto Samora)



Guindaste vai auxiliar buscas

As buscas pelos seis trabalhadores desaparecidos , após o desabamento de um píer flutuante no Porto de Santana, no Rio Amazonas, a 20 quilômetros de Macapá, continuam ininterruptamente, mas sem sucesso até o momento. Segundo o major Roberto Neri, do Corpo de Bombeiros do Amapá, uma balsa com guindaste capaz de içar até 80 toneladas chegará ao local para ajudar na retirada da estrutura que caiu no rio e facilitar as buscas.
O trabalho dos mergulhadores é feito enquanto há luz solar, do início da manhã até as 18h, mas o serviço de busca continua durante a noite e a madrugada em uma área de aproximadamente 45 mil metros quadrados, informou o major. Segundo ele, as buscas seguirão durante o fim de semana até que as vítimas sejam localizadas ou não haja mais possibilidade de encontrá-las. Ao todo, 20 bombeiros e três militares da Marinha trabalham nas operações de resgate.
A EMPRESA
A empresa Anglo American, que opera o porto, informou por meio de nota que “houve um desmoronamento de parte do terreno onde se localiza o píer flutuante utilizado na atracação de navios que embarcam minério de ferro”. Segundo a empresa, as causas do desmoronamento ainda estão sendo investigadas. O Corpo de Bombeiros também informa que ainda não é possível informar a causa do desabamento do píer, que será fruto de uma investigação.
Com o desabamento do píer, algumas embarcações que estavam ancoradas nas proximidades afundaram. Veículos e equipamentos do porto também foram dragados para o rio. O comandante Edilson Castro, da Capitania dos Portos do Amapá, disse que um inquérito administrativo já foi aberto para apurar as causas do acidente. O prazo para as investigações é 90 dias. Segundo ele, um navio mercante estava sendo carregado com minério no momento em que o píer flutuante desabou, a menos de 3 quilômetros da capitania.
O presidente do Sindicato dos Portuários (Sindporto) do Pará e Amapá, Carlos Rocha, informou que, por ter ocorrido por volta da meia-noite, horário da troca de turno dos trabalhadores do porto, alguns funcionários já haviam ido para casa e outros não haviam chegado, o que evitou  que o número de vítimas fosse maior. Entre os desaparecidos, estão três funcionários do porto e três trabalhadores terceirizados. Ainda na madrugada, dois sobreviventes foram resgatados com vida.
(Agência Brasil)
Bombeiros encontram três corpos 
Equipes do Corpo de Bombeiros do Amapá encontraram na manhã do sábado, três corpos dos seis trabalhadores desaparecidos no rio Amazonas após um desmoronamento de um barranco no porto da mineradora Anglo American em Santana, a 20 km de Macapá. O acidente aconteceu na quinta-feira. Os trabalhadores foram arrastados para dentro do rio Amazonas. Instalações e equipamentos também foram levados para o fundo do rio. A área destruída foi estimada em 16.100 metros quadrados.
Segundo o coronel Ademar Rodrigues dos Anjos, dois corpos foram encontrados há mais de seis quilômetros do porto da Anglo. Eles estavam próximo de uma fazenda, no município de Santana. O terceiro corpo boiou na região do porto da mineradora. O militar não informou o horário exato dos resgates dos corpos. Os corpos estão sendo transportados para o Instituto Médico Legal de Santana. “Como a água do rio Amazonas é muito fria nesta região, os corpos estão preservados. Não haverá dificuldade para fazer o reconhecimento”, afirmou Rodrigues.
No porto de Santana muitas famílias e curiosos aguardam a chegada das equipes dos bombeiros no porto da cidade, que tem 101.203 habitantes. Mergulhadores continuam as buscas aos outros três desaparecidos nadando em uma área de 45.000 metros quadrados. Eles têm apoio de embarcações da Marinha. De acordo com Rodrigues, a mineradora Anglo American enviou uma balsa com guindaste para realizar o içamento de equipamentos, que caíram também no rio, para tentar achar os corpos. Mas como a balsa não suportou o peso do guindaste, com mais de 80 toneladas, a operação foi descartada hoje. (Folha Press)



Desmoronamento de terra em Santana  (AP) - Jorge Júnior/Governo do Amapá