SÃO PAULO, 30 Mar (Reuters) - O embarque de minério de
ferro da Anglo American pelo porto de Santana, no Amapá, está suspenso
devido ao desmoronamento de parte de um terreno conectado a um píer
flutuante, informou a mineradora neste sábado.
Não há previsão para a retomada das atividades no
porto, suspensas desde quinta-feira, quando ocorreu o acidente que
deixou três mortos e três desaparecidos.
"É com grande pesar que a Anglo American - Sistema
Amapá informa que, no início da manhã deste sábado... três corpos foram
recuperados do acidente no Porto de Santana-AP. A busca pelos outros
três desaparecidos continuará de maneira intensiva", disse a mineradora
em nota.
A Anglo American informou também, por meio de sua
assessoria de imprensa, que a produção de minério de ferro no Sistema
Amapá não foi paralisada em função do acidente no porto. Não havia
informações imediatamente disponíveis sobre eventual alternativa para o
escoamento da produção.
No ano passado, a produção no Sistema Amapá somou 7,2 milhões de toneladas.
A mina de minério de ferro do Sistema Amapá está
localizada em Pedra Branca do Amapari, a cerca de 200 km de Santana.
As causas do desmoronamento estão sendo investigadas.
"Outras áreas na região de Santana também foram
afetadas. Um navio estava atracado no cais para o carregamento de
minério de ferro no momento da inundação e foi atingido pelas águas da
enchente. Veículos e equipamentos em operação também foram dragados para
dentro do rio", disse a empresa.
Entre as vítimas, três são funcionários da Anglo e três
são terceirizados. Dois outros empregados ficaram feridos no acidente.
(Por Roberto Samora)
Guindaste vai auxiliar buscas
As
buscas pelos seis trabalhadores desaparecidos , após o desabamento de
um píer flutuante no Porto de Santana, no Rio Amazonas, a 20 quilômetros
de Macapá, continuam ininterruptamente, mas sem sucesso até o momento.
Segundo o major Roberto Neri, do Corpo de Bombeiros do Amapá, uma balsa
com guindaste capaz de içar até 80 toneladas chegará ao local para
ajudar na retirada da estrutura que caiu no rio e facilitar as buscas.
O trabalho dos mergulhadores é feito enquanto há luz solar, do início
da manhã até as 18h, mas o serviço de busca continua durante a noite e a
madrugada em uma área de aproximadamente 45 mil metros quadrados,
informou o major. Segundo ele, as buscas seguirão durante o fim de
semana até que as vítimas sejam localizadas ou não haja mais
possibilidade de encontrá-las. Ao todo, 20 bombeiros e três militares da
Marinha trabalham nas operações de resgate.
A EMPRESA
A empresa Anglo American, que opera o porto, informou por meio de
nota que “houve um desmoronamento de parte do terreno onde se localiza o
píer flutuante utilizado na atracação de navios que embarcam minério de
ferro”. Segundo a empresa, as causas do desmoronamento ainda estão
sendo investigadas. O Corpo de Bombeiros também informa que ainda não é
possível informar a causa do desabamento do píer, que será fruto de uma
investigação.
Com o desabamento do píer, algumas embarcações que estavam ancoradas
nas proximidades afundaram. Veículos e equipamentos do porto também
foram dragados para o rio. O comandante Edilson Castro, da Capitania dos
Portos do Amapá, disse que um inquérito administrativo já foi aberto
para apurar as causas do acidente. O prazo para as investigações é 90
dias. Segundo ele, um navio mercante estava sendo carregado com minério
no momento em que o píer flutuante desabou, a menos de 3 quilômetros da
capitania.
O presidente do Sindicato dos Portuários (Sindporto) do Pará e Amapá,
Carlos Rocha, informou que, por ter ocorrido por volta da meia-noite,
horário da troca de turno dos trabalhadores do porto, alguns
funcionários já haviam ido para casa e outros não haviam chegado, o que
evitou que o número de vítimas fosse maior. Entre os desaparecidos,
estão três funcionários do porto e três trabalhadores terceirizados.
Ainda na madrugada, dois sobreviventes foram resgatados com vida.
(Agência Brasil)
Bombeiros encontram três corpos
Equipes do Corpo de Bombeiros do Amapá encontraram na manhã do
sábado, três corpos dos seis trabalhadores desaparecidos no rio Amazonas
após um desmoronamento de um barranco no porto da mineradora Anglo
American em Santana, a 20 km de Macapá. O acidente aconteceu na
quinta-feira. Os trabalhadores foram arrastados para dentro do rio
Amazonas. Instalações e equipamentos também foram levados para o fundo
do rio. A área destruída foi estimada em 16.100 metros quadrados.
Segundo o coronel Ademar Rodrigues dos Anjos, dois corpos foram
encontrados há mais de seis quilômetros do porto da Anglo. Eles estavam
próximo de uma fazenda, no município de Santana. O terceiro corpo boiou
na região do porto da mineradora. O militar não informou o horário exato
dos resgates dos corpos. Os corpos estão sendo transportados para o
Instituto Médico Legal de Santana. “Como a água do rio Amazonas é muito
fria nesta região, os corpos estão preservados. Não haverá dificuldade
para fazer o reconhecimento”, afirmou Rodrigues.
No porto de Santana muitas famílias e curiosos aguardam a chegada das
equipes dos bombeiros no porto da cidade, que tem 101.203
habitantes. Mergulhadores continuam as buscas aos outros três
desaparecidos nadando em uma área de 45.000 metros quadrados. Eles têm
apoio de embarcações da Marinha. De acordo com Rodrigues, a mineradora
Anglo American enviou uma balsa com guindaste para realizar o içamento
de equipamentos, que caíram também no rio, para tentar achar os corpos.
Mas como a balsa não suportou o peso do guindaste, com mais de 80
toneladas, a operação foi descartada hoje. (Folha Press)