sexta-feira, 19 de abril de 2013

Impacto ambiental com criação búfalos pode ser irreversível no Amapá

Os animais pisoteiam o solo e criam canais que mudam curso de rios e igarapés na região. Amapá é segundo maior criador de búfalo no País.

O Amapá é o segundo maior criador de búfalo do Brasil. Foto: Divulgação/Embrapa
Amapá é segundo maior criador de búfalo do Brasil. Foto: Divulgação/ Embrapa

MACAPÁ – Um estudo da Promotoria de Meio Ambiente do Amapá, na região Araguari, parte oriental do Estado, mostra que o impacto ambiental causado pela criação de búfalos na região pode ser irreversível. O levantamento mostra que as manadas pisoteiam o solo e criam canais que mudam o curso de rios e igarapés, onde a água salgada do oceano atlântico invade a água doce, causando salinalização. Uma das alternativas para reverter o impacto está no manejo de animais, que controlaria a quantidade de búfalos na área.

Em audiência pública realizada nesta segunda-feira (15) órgãos ambientais e criadores discutiram ações para minimizar os impactos. Um termo de ajustamento de conduta será elaborado para firmar o compromisso entre as partes. Segundo o engenheiro agrônomo, Cristovão Lins, a alternativa está no manejo para controlar a quantidade de animais, já que os búfalos vivem em áreas alagadas, soltos e sempre procurando novos pastos em busca de alimento.

A região do Araguari é onde há maior concentração de rebanho de búfalos do  Amapá – o segundo maior criador de búfalo do Brasil com 280 mil animais. O Estado perde apenas para a Ilha de Marajó, no Pará, com 1 milhão de cabeças de búfalos, que representam 40% do rebanho brasileiro de búfalos.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) do Amapá realizou um estudo 2008 a 2011 sobre os impactos da criação de búfalo nas áreas alagadas do Estado. A pesquisa identificou danos causados nos leitos dos rios pela trânsito de animais. Ainda assim, a Embrapa defende um levantamento mais profundo envolvendo desta vez os órgãos ambientais e entidades que representam os criadores. “Precisamos de uma equipe multidisciplinar para fazer um estudo mais amplo nas áreas considerando a morfologia e fluxo de água, por exemplo”, explicou Ana Elisa Montagner, pesquisadora de sistemas pastoris da Embrapa no Amapá.

A Secretaria de Desenvolvimento Rural do Amapá informou que será instituído um grupo de trabalho técnico para buscar os meios necessários para manter a bubalinocultura , respeitando a legislação ambiental vigente.

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